A presidente e o 1º secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Irene Abramovich e Angelo Vattimo, estiveram reunidos, de forma online, nos dias 15 e 16 de abril, com representantes de órgãos, instituições, empresas e entidades do setor da Saúde, para discutirem diversos assuntos relacionados à falta de medicamentos para intubação e outros insumos nos hospitais do Estado de São Paulo, como os bloqueadores neuromusculares.
Sindusfarma
Na quinta (15/4), o encontro ocorreu com o presidente executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), Nelson Mussolini. A presidente, o 1º secretário e Mussolini abordaram e debateram questões como, por exemplo, a capacidade produtiva das empresas que fabricam os medicamentos, logística de distribuição da produção, procedimentos de importação e exportação de matérias-primas, estoques dos hospitais públicos e particulares e possíveis alternativas para ajudar a diminuir o impacto sensível na rede hospitalar.
Mussolini explicou que, durante a pandemia, as indústrias chegaram a quintuplicar as suas produções, tendo turnos com cobertura de 24 horas, a fim de atender a alta demanda dos hospitais. E salientou ainda que, antes da pandemia, o uso de anestésicos -dia, por leito, era de 4 a 6 horas. Agora, o uso chega a ser ininterrupto.
SINDHOSP e FEHOSP
Já na reunião de sexta (16/4), além de Irene e Angelo, participaram o CEO do SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo), Ricardo Bachert, e o presidente da FEHOSP (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado), Edson Rogatti.
Durante o encontro, a presidente citou os diversos pedidos de ajuda das Santas Casas do Estado feitos ao Cremesp e discutiu sobre o baixo estoque de medicamentos.
Rogatti definiu como “um caos” a situação das cerca de 430 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo. Já Bachert explicou a situação dos hospitais privados e a ação feita de “conectar” os hospitais que precisavam de medicamentos urgentes com importadoras e fornecedores, para ajudá-los.
O Cremesp destaca que é necessário que o profissional médico exerça a medicina baseado em critérios técnicos e em evidência científica. Assim, em relação à falta de medicamentos para intubação e outros insumos nos hospitais do Estado de São Paulo, o Conselho considera ser fundamental dialogar com todos os órgãos, instituições e empresas, que fazem parte deste processo, além de discutir o cenário atual com todas as esferas e prestar esclarecimentos aos profissionais médicos.
Ações do Cremesp
Desde o início da pandemia, o Cremesp tem atuado incessantemente na defesa da classe médica, tendo solicitado às autoridades a testagem de todos os profissionais de saúde e idealizado o PL n° 1.826/2020, que concede indenização aos médicos e demais trabalhadores da saúde vitimados pela Covid-19.
Além disso, a autarquia criou um hotsite específico sobre o novo coronavírus, com orientações voltadas aos médicos e à sociedade em geral. Promoveu, também, inúmeras lives abordando diferentes âmbitos da doença — que deram origem ao Manual de Melhores Práticas na Covid-19, disponível no site gratuitamente —, e criou canais de comunicação para esclarecimento de dúvidas e recolhimento de denúncias relativas à falta de EPIs e à condições de trabalho, entre outros.
Já em 2021, com a chegada das vacinas, oficiou o Ministério da Saúde e as Secretarias Estadual e Municipal da Saúde (SES e SMS-SP), oferecendo a estrutura da sede e apoio logístico para a campanha de vacinação. Posteriormente, após o aceite das entidades, enviou novos ofícios cobrando a ampliação da faixa etária abarcada pela imunização e reforçando a importância de se imunizar os profissionais de saúde o quanto antes, para que continuem prestando seus serviços indispensáveis à população.
Recentemente, também oficiou o MS e a SES-SP e SMS-SP pedindo a imediata adoção de providências em relação à falta de medicamentos para intubação e outros insumos.
Até a segunda semana de abril, a campanha de vacinação sediada no Cremesp já abarcou mais de 4,6 mil médicos da capital paulista, a partir dos 50 anos. O Conselho reitera que continuará em contato com as autoridades de Saúde, defendendo a ampliação da faixa etária para imunização dos médicos.
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